Andreia Pellisson

second hand e brechós

Second Hand e o Crescimento Do Brechó

Second hand nada mais é do que a revenda de roupas usadas. Com a sustentabilidade ganhando cada vez mais destaque no cenário mundial, essa prática começou a ganhar cada vez mais adeptos e tem tido um impacto considerável na indústria da moda. 

A moda de second hand tem como objetivo ressignificar peças promovendo a moda sustentável. As peças que são usadas ou seminovas passam por uma curadoria onde ganham novos preços e até mesmo estilos, mantendo-se alinhadas à identidade da marca.

No Brasil essa prática tem ganhado visibilidade por meio dos brechós. A tendência vintage que está super em alta, vem possibilitando a revenda de peças que foram produzidas nos anos 60 e 70. Com isso, o consumidor não apenas está adquirindo uma peça que foi produzida há um tempo, mas também está abastecendo a economia circular. Além de estarem seguindo a moda da vez, também estão incentivando um consumo mais consciente e preservando o meio ambiente. 

Vantagens do second hand

Um dos principais pontos quando se trata de brechós e peças de segunda mão é a questão financeira. Por serem produtos usados, os valores são bem menores. E isso se aplica inclusive a peças de luxo. Isso acaba tornando marcas de alta costura mais acessíveis para públicos que até então não teriam a oportunidade de comprar. 

Os mercados locais e microempreendedores também acabam se beneficiando do second hand. Os donos de brechós não precisam possuir estoques gigantescos, pois também estão investindo na curadoria de peças de forma sustentável e consciente. Isso acontece também com os brechós online.

A questão ambiental está ligada ao second hand. A ideia de consumo consciente é um dos principais objetivos daqueles que estão escolhendo essa forma de consumir. Ao adquirir produtos novos você está colaborando negativamente com o meio ambiente. Já quando opta por peças de segunda mão está investindo em uma cadeia bem mais sustentável.

Tendências do mundo da moda

De acordo com a WGSN (Worth Global Style Network), uma agência especializada em tendências, foi apontado alguns perfis de consumidores. Dentre eles estão os: Antecipadores, Novos Românticos, Inconformados e os Condutores. 

Quando falamos dos Novos Românticos eles vivem para uma conexão emocional com a coletividade. Por isso, o second hand é um aspecto importante para esse grupo. Pois quando consideramos todo o processo, seja a curadoria, estilização e até a venda, o afeto está muito forte. Existe todo um carinho e pensamento por trás de cada peça. E o fato dos brechós terem um aspecto de pequenos negócios, isso também é um fator que atrai esse tipo de consumidor. 

Para os Inconformados o second hand cai como uma luva. Para esse grupo de pessoas que estão indignadas com a situação do mundo, seja pela pandemia, processos éticos ou meio ambiente, as peças de segunda mão são uma alternativa ótima. Especialmente pelo fato dos brechós e comércio de segunda mão estarem atrelados à preocupação ambiental, os Inconformados tem muito a se beneficiar com esse estilo de consumo.

A pandemia do Covid-19 trouxe uma mentalidade forte de preocupação com o meio ambiente e o futuro do planeta. Por isso, movimentos como slow fashion, economia circular e second hand são a virada da chave para o este público preocupado e extremamente engajado.

Dados

De acordo com uma pesquisa da empresa de análise de varejo GlobalData, estima-se que o valor movimentado pelo segmento de second hand deve ir de US $24 bilhões em 2019 para US $51 bilhões em 2025. Isso seria um aumento de 112,5%. Número impressionante que ressalta como esse modelo de negócios veio para ficar.

O site OLX viu seus números aumentarem expressivamente no Brasil. Usuários cresceram em 30%, ultrapassando já os 8 milhões de brasileiros. A pandemia foi imoprtante para esse crescimento, mas especialistas apontam apenas uma aceleração na conscientização das pessoas. O que aconteceria em algum momento só foi acelerada por conta do Covid-19.

Um estudo sobre o consumo de luxo, realizado pela Boston Consulting Group, o “BCG-Altagamma True-Luxury Global Consumer Insight 2019”, revelou que a compra e venda de produtos de luxo usados está crescendo 12% ao ano entre os milionários e bilionários. Esse tipo de comércio representa 7% do mercado de luxo. Com isso podemos ver que não e trata apenas de pessoas que buscam por um melhor custo benefício. Mas se trata da conscientização das pessoas que está mudando.

Como o second hand funciona

Investir na moda de segunda mão é entender que nada mais é do que um empreendimento. Podendo assim se tornar uma fonte de renda alinhada com as questões ambientais. A moda de second hand pode ter vários nichos, sendo eles luxo ou brechós mais acessíveis. Algumas marcas focam em apenas um tipo de peça, enquanto outras escolhem trabalhar com uma curadoria diversa. 

O momento da curadoria das peças é um dos mais importantes. Hoje em dia é possível garimpar online, trabalhar com consignações ou mesmo comprar estoques parados de indústrias têxteis. Por conta da pandemia, o setor online acabou crescendo bastante, e as redes sociais tiveram grande impacto para a divulgação e popularização desses negócios. 

A divulgação das marcas se preocupam com a comunicação transparente e focam bastante na questão do comprometimento ambiental. Já que para seus clientes, essa é uma questão importante. Conteúdos sobre o impacto ambiental na indústria têxtil também são temas utilizados para reter usuários e gerar engajamento. 

Conclusão

Por conta de uma sociedade mais consciente e preocupada com o meio ambiente, a indústria da moda passa a migrar para um estilo de negócios mais consciente. Os brechós se tornaram mais do que uma fonte de renda para as pessoas que se viram em situações difíceis durante a pandemia. Eles também mostram que é possível seguir tendências da moda e consumir produtos de forma consciente e sustentável.

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