Ainda que o número de empresas investindo em diversidade e inclusão esteja aumentando, o etarismo continua sendo um problema no mercado de trabalho. A contratação de profissionais maduros ainda não é vista como algo normal e se torna um desafio para a sociedade atual, uma vez que a expectativa de vida aumenta e o número de trabalhadores na maior idade também.
Ter mais do que 40 anos passa a ser um obstáculo para alguns durante o processo seletivo. Toda a experiência adquirida durante os anos não é mais uma vantagem competitiva. E mesmo sendo ilegal, muitas empresas colocam uma idade máxima como pré-requisito.
O envelhecimento populacional está em ascensão em todo o mundo. E o fato da tecnologia estar avançando rapidamente, acaba fazendo com que gerações mais antigas sejam rotuladas como incapazes de acompanhar essa evolução.
Etarismo
A palavra nada mais é do que a intolerância relacionada à idade. A discriminação que muitos sofrem simplesmente por não serem mais jovens no olhar da sociedade. Esse preconceito pode se manifestar de diversas formas, mas é mais comumente visto ao julgar alguém por ser velho demais para alguma coisa.
A aposentadoria compulsória, muito presente em diversas organizações, é um exemplo de etarismo. Empresas obrigam pessoas de certa idade a se aposentarem mesmo contra sua vontade. Ainda que seja ilegal, acontece muito nos dias de hoje. Muitos não sabem que isso acontece, nem que é proibido, por isso é tão importante falar sobre esse tópico.
Mercado de trabalho
A perspectiva de vida tem aumentado consideravelmente nos últimos anos. Pessoas mais velhas são capazes de continuarem trabalhando de forma protagonista em suas carreiras. E apesar de estarem motivadas a continuarem, nem todas as empresas estão preparadas para terem colaboradores mais experientes em seus grupos de funcionários. Isso acaba sendo frustrante e desanimador para as gerações que sabem que ainda tem muito a contribuir no mercado de trabalho.
O Brasil está envelhecendo, e é preocupante que ainda tenha que lidar com o etarismo. Alguns países já têm subsídios do governo, mas será que não existe uma solução mais criativa do que isso? Como a contratação de aposentados? Pensar numa forma de flexibilizar os modelos de contratação nas grandes empresas também é uma discussão que poderia ser importante neste cenário.
Trabalhar para romper as barreiras do preconceito não é um favor, mas sim uma necessidade. É importante quebrar a resistência em relação à cultura jovial que temos. Os benefícios de programas de diversidade já foram comprovados. E seus resultados mostram que há uma melhora na inovação, clima organizacional, engajamento, produtividade e resultados das empresas que investem nisso.
Dados
Em 2050 a expectativa de vida aumentará para 80 anos. Além disso, o número de pessoas com idades acima de 60 representará 30% da população brasileira. Consequentemente, o tempo útil de carreira também vem aumentando. É na maturidade que muitos profissionais se encontram, no auge da produtividade e engajamento. Contudo, acabam sendo dispensados por questões de etarismo.
Apesar dos 50+ já serem 26% da população, eles constituem apenas 4% dos funcionários nas companhias. Isso é um reflexo direto de uma cultura que tem o jovem como centro de tudo. E essa relação com a jovialidade continua ganhando força a cada ano. E isso impacta na tendência de aumento de desemprego entre pessoas a partir dos 40 anos.
Como combater o etarismo
A mudança dentro das empresas deve começar por políticas e práticas de sensibilização e desenvolvimento do tema. Além disso, é importante a criação de workshops e debates, envolvendo os colaboradores. Dessa forma é possível uma seleção real de pessoas e metas para lideranças.
Quando se trata do profissional em si, ainda que o esforço não dependa somente dele, é importante que ele esteja atualizado com as novas tecnologias. Estudar e aprender, investindo no seu autoconhecimento e expandindo sua rede de contatos. Existem também muitas plataformas que oferecem cursos profissionalizantes para pessoas acima de 40 anos.
Empresas com times compostos por pessoas de idades diferentes tendem a crescer muito. A maturidade, paciência, relação de trabalho e comprometimento dos mais velhos pode ser um exemplo transformador para os mais novos. A troca e o equilíbrio são fundamentais para times que querem alcançar bons resultados.
Conclusão
Pessoas devem ser valorizadas pelo que são e não por suas datas de nascimento. O combate ao etarismo deve ser uma luta de todos, pois é também uma mentalidade que nós colocamos em nós mesmos. Para que os mais velhos sejam reconhecidos no mercado de trabalho, é preciso entender que cada faixa etária tem sua virtude.
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