O negócio circular é um novo ramo da economia onde o objetivo principal é usar melhor os recursos naturais. Isso também inclui novos modelos em que os processos de fabricação são otimizados dando espaço a materiais mais duráveis e renováveis. Essa nova forma leva em consideração também a forma de desenhar, produzir e comercializar os produtos finais. É uma forma de aperfeiçoamento dos sistemas atuais, onde a relação com a natureza ganha uma notoriedade importante.
A preservação do meio ambiente é o que impulsiona o negócio circular. A preocupação em não esgotar os recursos naturais e preservar o planeta virou o norte desses negócios. De acordo com a Organização Internacional de Normalização podemos definir esse modelo da seguinte forma: “é um sistema econômico que utiliza uma abordagem sistêmica para manter o fluxo circular dos recursos, por meio da adição, retenção e regeneração de seu valor, contribuindo para o desenvolvimento sustentável.”
Principais características
O negócio circular vai muito além do foco na poluição e reciclagem. Ele leva em conta a ressignificação dos processos, produtos e modelos de atuação. Otimizando ao máximo a utilização de recursos naturais. Um dos pontos é a diminuição de matérias primas e um foco na reutilização. O aumento na eficiência dos processos e na utilização dos produtos tem como o resultado final um menor impacto no planeta.
Para ser um negócio circular, o empreendimento deve adotar algumas medidas. Elas são: a intenção em solucionar um problema social e ambiental; tornar essa solução como um de seus pilares da empresa; e compromisso com o monitoramento do impacto gerado.
Hoje, a maioria das empresas são baseadas na entrega do produto para o cliente. No caso do negócio circular, essas companhias estão indo além da satisfação do cliente. Elas agregam valor para os colaboradores, mas também otimizam suas operações com uma preocupação com o meio ambiente.
Benefícios do Negócio Circular
O negócio circular pode trazer muitos benefícios para as empresas. O relacionamento com os clientes, fornecedores e parceiros ganha uma nova esfera. Já que há uma melhora na compreensão dos problemas com os consumidores e permite que as respostas às demandas do mercado sejam mais velozes.
A marca poderá também usar isso como um diferencial em relação aos concorrentes. Ainda que essa onda já venha ganhando espaço importante em diferentes indústrias, não são muitas aquelas empresas que têm esse modelo como missão. O ganho de competitividade gera valor e aumento no lucro desses negócios.
Além disso, o modelo circular gera novas oportunidades de investimento, diferentes formas de utilização de matéria prima, possível geração de emprego e conscientização populacional. No final do dia, para as empresas isso nada mais é do que um modo inteligente de dar uma nova utilidade à forma tradicional de suas operações.
Desafios
Um dos maiores desafios para as empresas que querem adotar o negócio circular é o desenvolvimento de um modelo que consiga agregar valor ao seu negócio. No Brasil, um dos maiores problemas é conseguir um processo de reciclagem com menor custo. Hoje, no país esse processo ainda é considerado bem caro, e no final das contas acaba aumentando muito o valor final do produto ou serviço.
Negócio Circular no Brasil
Já existe uma política que incentiva empresas a lidar com o lixo e exigindo transparência por parte das entidades na maneira como lidam com seus resíduos. Práticas de reutilização de água e reciclagem são um dos principais fatores que são adotados no Brasil. Muitos dos empresários brasileiros entendem que essas práticas são importantes para o futuro e para o próprio bem da marca.
As empresas começaram a perceber que práticas sustentáveis podem também contribuir para geração de empregos e melhorar a cadeira produtiva. Mas entendem também que para uma melhor utilização desse modelo de negócio circular é preciso uma ajuda do governo. Possibilitando que companhias adotem essa medida, sem que seja um custo muito maior no final das contas.
Muitos movimentos já estão sendo adotadas. De acordo com o Portal da Indústria, alguma delas são:
- Coordenação da Comissão de Estudo Especial de Economia Circular da ABNT, que vai definir posicionamentos do Brasil para elaboração da Norma Internacional sobre Economia Circular;
- Publicação de cartilha orientativa para inclusão de critérios de sustentabilidade nas compras públicas;
- Acompanhamento das políticas públicas que estimulem as boas práticas de economia circular no setor privado;
- Realização da pesquisa Economia Circular na Indústria Brasileira, levantamento inédito, com abrangência nacional, que traz a percepção dos empresários brasileiros sobre a importância do assunto para a indústria nacional.
Setor da moda
No setor da moda, o negócio circular é previsto para alcançar 23% da indústria global até 2030. Isso equivaleria a US $700 milhões até 2030. Nesse segmento, o modelo é adotado por meio da busca por reinserir itens que seriam descartados no ciclo mercadológico. Para isso, os negócios que seguem estes preceitos desenvolvem práticas como revenda (seja através de brechós ou dos próprios fabricantes), aluguel (entre amigos ou facilitado por empresas) e reparo de itens que podem voltar a ser utilizados. Quando isso não é mais possível, ainda há a refabricação, ou seja, a utilização do material para construir outro produto.
Futuro
Infelizmente hoje no Brasil muito do que ainda acontece é uma punição para aqueles que não seguem medidas protetivas. Quando o contrário, premiar quem faz, seria muito mais benéfico. Para melhorar o ambiente de negócios da economia circular no país seriam necessárias mudanças regulatórias para criar estímulos, principalmente em relação à tributação.
Em outros países existem subsídios para negócios circulares. O que não acontece no Brasil, onde essas empresas competem por igual a setores extrativistas. Esse é um ponto que valeria uma discussão, para que haja alguma melhora nesse sistema e alavanque no segmento. A expectativa é que programas de incentivo tragam maior segurança para os que adotem o negócio circular e assim possibilitando mais investimentos na iniciativa privada.
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