A preocupação ambiental que já vinha sendo pauta entre os consumidores, agora passa a ser parte importante na indústria da moda. Diversas companhias têm usado materiais ecológicos nas confecções e designs de suas peças. Um setor que por muito tempo foi associado a poluição, ciclo rápido de descarte e práticas desassociadas ao meio ambiente, vem tendo uma promessa em reorganizar a forma como opera.
As opções são diversas, e disponíveis para qualquer marca que tenha a preocupação ambiental como pauta. Tecidos a base de cogumelos, cactos, frutas, garrafas pet recicladas e diversas outras tecnologias têm sido utilizadas como matéria-primas sustentáveis. Essa tendência veio forte como pressão por consumidores que estão cada vez mais antenados na questão de proteger o meio ambiente.
A busca pelo termo “sustainable clothing”, também conhecido como roupas sustentáveis, tem aumentado a cada ano à medida que consumidores querem ter a certeza que estão comprando produtos e peças que vão de acordo com sua preocupação ambiental. Essa mudança nos materiais usados nas roupas tem como objetivo reconstruir uma cadeia já consolidada, mas de uma forma mais justa e correta.
Preocupação ambiental
As fibras de garrafa pet começaram a ser utilizadas no final dos anos 90. Hoje não é difícil encontrar esse tipo de matéria prima, uma vez que essa tecnologia é bastante utilizada por diversas marcas. Ainda que o processo de recolhimento do material e todo o processo para transformá-lo em tecido seja desafiador. A reutilização das garrafas pet é uma solução para um dos maiores problemas que temos hoje em dia, a poluição ao meio ambiente causada pelo excesso de plástico na nossa rotina.
Marcas que adotaram essas mudanças
O movimento contra as fibras animais vêm ganhando cada vez mais adeptos quando se trata de marcas bem consolidadas. Couro, lã, seda e outras peles têm perdido seu espaço para tecnologias sustentáveis e corretas. Stella McCartney, por exemplo, desenvolveu uma coleção na Semana de Moda de Paris em que diversas peças eram feitas a partir de um cogumelo (Micélio).
A marca Hermés, lançou uma versão de um de seus principais modelos com o mesmo material proveniente do cogumelo. Essa proposta também apareceu em peças produzidas pela Adidas. No Brasil, algumas referências nacionais como a Movin, Natural Cotton Color e a Farm também têm apostado nessa ideia.
Exemplos de matérias-primas alternativas
Pinãtex
Esse tecido foi idealizado pela designer e pesquisadora espanhola Carmen Hijosa. É feito a partir das folhas do abacaxi, e se assemelha muito ao couro. Tem como matéria prima as folhas da fruta. Popularmente conhecido como couro de abacaxi, o tecido é uma alternativa vegana e sustentável para substituir o material de origem animal. É um dos materiais inovadores mais promissores atualmente, além de ser uma das grandes apostas para o futuro da moda. A marca Hugo Boss é uma das que adotaram essa forma inovadora de produção de couro.
Urtiga
A Urtiga pode virar fibra têxtil sustentável e pode se tornar um dos materiais mais inovadores no futuro da indústria da moda. A planta cresce com facilidade em praticamente todos os lugares e tem um processo de extração de fibras bastante simples se comparado a outros. Ainda que essa planta seja vista como uma praga, a forma com que a fibra é retirada não causa dano algum, e o aspecto final do tecido é ótimo e bastante resistente. Suas fibras são uma ótima alternativa para substituir o algodão (que tem um processo de fabricação bastante nocivo ao meio ambiente).
Seda de Soja
Além de ser muito utilizado na culinária asiática, o tofu também possui aplicações na indústria da moda. A soja passa por alguns processamentos para a fabricação do tofu, e sua produção gera um resíduo líquido. Esse resíduo é posteriormente colocado para secagem, então são esticados e cortados, dando origem a fibras longas e resistentes, que resultam em um tecido muito semelhante à seda. Uma das grandes vantagens da seda de soja é a possibilidade de tingimento natural, justamente pelo alto teor proteico de sua matéria prima.
Café
S.café é o nome da tecnologia sustentável criada por Jason Chen, que também é presidente de uma grande empresa do ramo têxtil, e desenvolve tecidos que tem como matéria prima a borra do café. O café possui propriedades desodorizantes e incorporar sua borra nas fibras têxteis se tornou uma opção sustentável. O empresário firmou parceria com uma das redes de cafeterias mais famosas do mundo, recolhendo e reciclando a borra de café que antes eram jogadas no lixo para produzir tecidos sustentáveis e tecnológicos.
Conclusão
Desmatamento, aquecimento global, queimadas e muitas outras catástrofes têm se tornado cada vez mais comuns no nosso dia-a-dia. Sabendo disso, os novos consumidores têm exigido um papel cada vez mais sério e sustentável por parte das marcas que consomem. É pensando nisso, que a indústria da moda tem buscado inserir processos e materiais inovadores para criação de seus produtos.
Por muito tempo a indústria da moda foi uma das principais responsáveis pela poluição no planeta Terra. Com a intenção de transformar esse cenário de preocupação ambiental, muitas empresas e pesquisadores do setor vêm desenvolvendo e elaborando materiais inovadores e de altíssima qualidade para substituir os materiais tradicionais que tanto prejudicam o meio ambiente.
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