Andreia Pellisson

Metaverso

Compreender o que o mundo metaverso impactará nas nossas vidas e nas organizações fará parte do cenário de 2022. Daqui pra frente é preciso ter entendimento e conhecimento para pensar em estratégias.

Para começar, vamos entender o que é metaverso.

Metaverso, segundo a Wikipédia, é a “terminologia utilizada para indicar um tipo de mundo virtual que tenta replicar a realidade através de dispositivos digitais. É um espaço coletivo e virtual compartilhado, constituído pela soma de ‘Realidade Virtual’, ‘Realidade Aumentada’ e ‘internet’”.

Entenda melhor:

O metaverso nada mais é do que a integração de vários recursos digitais, que tem como objetivo trazer o mundo real ao virtual. Não é algo novo, já acontece nos games, por exemplo, mas a ideia vai além do lúdico e da simulação de cidades e ambientes virtuais. O foco é permitir que os próprios usuários tenham liberdade para criar mundos e ambientes fictícios. A interação entre o real e digital é o que faz do metaverso tão único. As pessoas, através de um dispositivo conectado a internet, se aventuram por diferentes universos por meio de seus avatares. Smartphones, computadores e óculos especializados ajudam a transformar a experiência o mais real possível.

A digitalização, acelerada ainda mais durante a pandemia, trouxe uma nova forma de aprendizado e conectividade, onde os usuários têm a autonomia de explorar conteúdo das mais diversas formas possíveis. Nesse primeiro momento, especialistas dizem que a realidade aumentada será a mais explorada. Isso porque já possuem os dispositivos que permitem o acesso. E também porque podem acessá-la de qualquer lugar, independente do espaço físico que se encontram.

No mundo corporativo, empresas já estão começando a investir em tecnologias para alcançar uma nova realidade aos consumidores ao redor do mundo. O metaverso, poderá auxiliar o atendimento ao cliente em diversas etapas da jornada de compra. Lojas virtuais já existem e têm ganhado cada vez mais espaço principalmente na indústria da moda. Além de facilitar a experiência dos clientes, poderá também melhorar o relacionamento entre marcas e pessoas. As decisões de compras de seus usuários serão mais facilmente mapeadas pelas lojas, já que essas terão mais maneiras de extrair informações de seus consumidores.

Possibilidades com Metaverso:

Essa nova tecnologia pode ser aproveitada de diversas formas: experimentar e comprar roupas, ver e criar obras de arte, viajar online, ir a shows virtuais… Tem muito o que fazer na questão de entretenimento, mas não para por aí. O mundo corporativo tem muito o que ganhar com o Metaverso. Já é possível estimar que até 2026 os mundos virtuais gerem até US$48 bilhões.

Hoje em dia, já é possível ter uma loja no metaverso utilizando toda a tecnologia virtual. A grande diferença do que tem acontecido, para o que estamos vendo ser criado, é que no metaverso, essas marcas poderão oferecer bens e serviços reais, assim como apenas virtuais ou representações. Empresas como o Facebook querem criar oportunidades em diferentes áreas, sendo algumas delas o e-commerce e consumo. A ideia é usar a plataforma como um local de simulação de lojas e empresas, assim como suas fábricas e linhas de produção.

O turismo é uma outra área que promete ser inovadora com o metaverso é o turismo. As possibilidades vão aumentar exponencialmente. Pessoas que não teriam dinheiro para viajar a um lugar, poderão conhecer esse e muitos outros através dessa interação virtual. E não para por aí, será possível também consumir no destino físico.

Com a nova realidade virtual, surgem também algumas profissões. Especialistas do apresentaram uma lista com empregos que ganharão espaço até 2030 com a expansão do Metaverso. Alguns deles são: cientista de pesquisa; estrategista do metaverso; desenvolvedor de ecossistemas; gerente de segurança do metaverso; construtor de hardware; storyteller do metaverso; construtor de mundos; especialista em bloqueio de anúncios.

Obstáculos do metaverso:

Muito já foi feito e criado para o lançamento desse universo paralelo, contudo, ainda existem algumas questões que devem ser resolvidas para uma melhor expansão do metaverso. A falta de dispositivos capazes de oferecer a experiência é uma questão. Além disso, a conexão com a internet deve ser excelente. Contudo, o 5G ainda não está disponível para muitas pessoas.

Questões burocráticas também precisam ser melhor definidas. A regulamentação de conteúdos e responsabilização dos mesmos. E o controle das interações nessa plataforma ainda devem ser debatidos e alinhados.

Essa é uma tecnologia cara, e que precisa de um certo investimento. Hoje, poucos têm acesso a tais ferramentas. Dessa forma, por mais atrativo que essa realidade virtual seja, ainda é um futuro muito distante para a maioria das pessoas no mundo.

Exemplos:

Por maior que sejam os desafios enfrentados pela criação e expansão desse novo cenário, algumas empresas já estão sendo pioneiras. A Microsoft, por exemplo, criou o Mesh for Teams. Ela oferece uma interação virtual entre trabalhadores de uma mesma companhia. Possibilitando assim encontros online mais reais.

A Nike também entrou com tudo nessa nova ideia. A empresa criou um mundo virtual onde seus clientes podem usar produtos da marca e também praticar atividades físicas, com a ajuda de dispositivos móveis. Outras marcas como Prada, Vans, Dolce & Gabbana e Gucci criaram também provadores virtuais. Essas marcas têm investido também em NFTs.

A Fiat disponibiliza seus carros em uma forma virtual. Os clientes têm a possibilidade de apreciarem os automóveis em tamanho real e super realistas. Os usuários têm a opção de ver como os carros ficariam em suas garagens. Essa forma de interação já é uma tendência do metaverso.

Conclusão:

Ainda que o metaverso pareça algo que está num futuro bem distante, diversas facetas desse universo já estão sendo usadas por pessoas, empresas e marcas ao redor do mundo. Dessa maneira, é importante que companhias estudem melhor essa realidade virtual, para acharem seus lugares nessa nova plataforma. A hora de se preparar e investir nessa nova tecnologia é agora.